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sexta-feira, 27 de maio de 2016

Eu Luto Pelo Fim Da Cultura Do Estupro

Cecilia Bezerra
Há vários anos venho falando contra esse ato cruel, este holocausto, na caminhada de mulheres lésbicas e bissexuais de São Paulo.

O tal estupro corretivo e coletivo vem acontecendo há anos, inclusive em São Paulo, com mulheres lésbicas que são estupradas com o consentimento da família por "religiosos" e até mesmo pelos próprios familiares.

Entretanto, mesmo com alguns avanços sabemos o quão dificil é trazer visibilidade para as mulheres lésbicas, bis e transexuais em um país onde essas mulheres são tratadas como fetiches, sem nenhuma importância como seres humanos e a mulher hetero sendo tratada como posse, condicionada e propagando uma educação machista, muitas vezes limitada à utilidade doméstica, sem nenhum respeito.

Ainda ano passado, na caminhada, falei sobre as piadas de pseudo humoristas que incitam e acham graça neste tipo ato, acham engraçado fazer da humilhação, da violência contra a mulher, do estupro, mais uma chacota.

Era necessário trazer luz ao assunto, trazer consciência a sociedade, mas precisou que filmassem e divulgassem a barbarie como se fosse um troféu para que a sociedade percebesse a realidade que vai além dos telejornais.

Não é o batom, não é o corte de cabelo, não é a roupa. Poderia ser sua mãe, poderia ser sua irmã, poderia ser sua filha, poderia ser sua neta. Não é mimimi. Não existe justificativa para o estupro e a vítima não pode ser culpada por isso. Não sejamos coniventes com a cultura do estupro.

Não basta a comoção, não basta a solidariedade. Vamos nos unir contra este holocausto. Vamos gritar para as autoridades nos ouvir. É necessário muito respeito, menos machismo e a punição desses criminosos para que não se torne moda ou mais uma piada. É necessário sororidade, pois juntas sempre somos mais fortes.

Estupro não é normal e o que aconteceu no Rio de Janeiro não é um caso isolado. Infelizmente aconteceu mais uma vez.

Mas até quando?

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