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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O Sistema de Saúde Brasileiro Não Está Salvando, Está Matando.

Na área da saúde brasileira o que vale não é a saúde do povo, a aflição de uma de uma mãe ou de uma família desesperada e desamparada. 

O que vale é um jogo de empurra - empurra entre os sistemas municipais, estaduais e federais. É uma guerra onde a vida não pesa nada, onde o ser humano é jogado de um lado para o outro como peso morto enquanto os sistemas brigam entre si, perante a arrogância e a ignorância dos seus administradores inúteis, como torcedores de times adversários.

Quem me conhece há vários anos sabe que brigo por um sistema digno de saúde, tanto para os funcionários, como para os paciêntes, não só para os LGBTT, surdos, surdo-cegos e cadeirantes, mas para todos, pois embora alguns nos julguem diferentes, somos todos humanos, somos todos iguais, independente de sexo, raça, religião, cara pálida e assim vai...

Todos sabem que trabalho com consultoria em saúde e quase que diariamente este tipo de situação acontece e chega até mim, mas hoje presenciei um descaso muito grande em um hospital da zona leste.

Uma esposa desesperada pediu minha ajuda, pois seu marido, que aqui irei chamar de Pepe, foi internado dia 20/10/2013 com um quadro hepático, porém no decorrer de sua internação teve um AVCH (Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico) que muitos conhecem como derrame. 

Os médicos do hospital, do estado, me relataram verbalmente que pediram uma avaliação neurológica do paciente em outro hospital, pois lá não tem neurocirurgião e nem mesmo neuroclínico. Enquanto isso, sem vaga na U.T.I, o Sr. Pepe ficou internado na emergência do hospital à espera da avaliação neurológica até hoje, dia 25/11/2013. 

Ao tentar ter uma resposta do sistema estadual para saber onde o pedido de avaliação do Sr.Pêpe foi parar, fui informada que outro paciente foi no lugar do Sr. Pepe e que no sistema de pedido de vaga não havia nada sobre o caso dele, o pedido simplesmente não existia e deu-se início ao empurra – empurra, prefeitura culpando o estado e o estado culpando a prefeitura. Engana-se quem pensa que este tipo de coisa acontece somente nos hospitais públicos, os privados estão chegando lá.

Em certos protocolos, mesmo que a pessoa esteja sofrendo de uma doença grave não poderá ter acesso ao tratamento pago se não tiver atingido grau máximo da doença, tirando desta forma seu direito de tratamento. Neste caso, se a pessoa tiver dinheiro conseguirá, caso contrário fica a mercê da sorte. A batalha que é travada sempre que um paciente necessita de um medicamento de alto custo é uma saga. Muitas vezes, parece que se tratando da saúde da população tudo conspira contra, menos para a corrupção.

Já vivemos no descaso total e a área hospitalar está em prantos. Bem desabafei.

No período da tarde o Sr. Pepe conseguiu a avaliação que precisava e segue internado, ainda em estado grave.

E você que me ameaçou hoje, meu cordial “Vá para PQP!”. A vida e o ser humano ainda têm valor para mim. 

No mais, em 2015 não façam mais fogueiras, votem conscientes em 2014.

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